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"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem saber ver."

(Bob Marley)



" É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada."
(William Shakespeare)

domingo, 25 de setembro de 2011

Alma nua




Alma Nua

Vander Lee

Ó Pai
Não deixes que façam de mim
O que da pedra tu fizestes
E que a fria luz da razão
Não cale o azul da aura que me vestes
Dá-me leveza nas mãos
Faze de mim um nobre domador
Laçando acordes e versos
Dispersos no tempo
Pro templo do amor
Que se eu tiver que ficar nu
Hei de envolver-me em pura poesia
E dela farei minha casa, minha asa
Loucura de cada dia
Dá-me o silêncio da noite
Pra ouvir o sapo namorar a lua
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio Deus
Viver menino, morrer poeta


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

É de você que estou falando...

Ele estava ali, tão risonho e discreto que nem eu quis invadir seu mundo particular, ele sorria, brincava, vivia, mas algo escondia, talvez não escondesse por querer, mas por simplesmente não ter por que falar no assunto.
Olhar seus olhos tão misteriosos me deixava fascinada, tentada a desvendar seus mistérios, mas a covardia e o pudor me obrigavam a manter-me na minha.
Até que de repente, num simples ouvir de uma música, na troca de conhecimentos, aqueles olhos tão misteriosos deixou ceder a nuvem e mostrou o brilho de seu segredo para mim.
Tão certo como 2 e 2 são 4, bastou uma só pergunta  para ele  segredar-me cada página de seu livro.
E como diz trecho da música tema de nosso assunto " fez dele um nobre domador, laçando acordes e versos dispersos no tempo".
Ele falou, falou de suas andanças por São Paulo, da vida a dois, e quando se tornou vida a três, falou do amor ao trabalho, do rumo que tomou sua vida, das derrotas que fizeram rotas e hoje estão enfim completando mais um capitulo no seu livro, das faculdades, de suas responsabilidades, do pouco valor que lhe deram, da sua dedicação, do zelo pelo filho, da morte que mostrou-se vida, da desgraça que virou graça, da fraqueza da mente, da decisão, do pedido de ajuda, da reviravolta, de se sentir capaz, mesmo quando tudo se mostrava incapaz, de se tornar maduro e menino.
De aprender  a rir e a chorar com o filho. De ir descobrindo coisa nova quando julgava  que já sabia tudo. De ver o brilho no olhar de sua criança e perceber que se tornou pai bobo, mais feliz. De sentir saudade e dá nome a ela. De falar ao telefone, de torcer pelas férias, de perceber que seu bebê cresceu e já pensa em garotas com a mesma idade que você começou a pensar nelas, aí você não sabe se fica orgulhoso por ver que ele se parece tanto com você, ou se fica preocupado por ele está crescendo tão rápido, mas é óbvio que pra você ele será sempre aquele bebezinho de colo, que você tentava pôr pra dormir.
 Era  ele aquele homem alto forte, tão decidido e tão pé no chão, seguro de si e exemplo de força, tão sensível assim, a ponto de relatar tudo com tanta emoção que até uma canção seria mera troca?
Não era possível, que um homem como ele, tão risonho e brincalhão, tivesse passado por tanta  aflição, como o ouvir contar.
Mas de quê nunca , eu estava entusiasmada, sua vida era de um fascínio indiscutível. Eu queria ouvi-lo falar mais, a letra de uma das suas músicas preferidas soava de fundo e sua voz máscula e ao mesmo tempo tão emotiva dava-me aquele ar de que ele era apenas um fantasma, que fosse impossível existir pessoa tão fantástica quanto ele.
Fiquei ainda mais tentada a saber mais sobre ele, e lhe perguntaria mais, se o tempo não ousasse roubar de nós as horas e fizesse ele perceber que já estava bem tarde e que chegava o período de ir embora, ficaríamos ali por toda a vida.
Sentir-me muito frustada com o "tempo", mas faiscava de felicidade ao sentir muito confiável aos seus olhos a ponto dele ter coragem e desejo de me contar sua quase vida toda, sem ao menos me conhecer direito. Ele confiou em mim e isso foi a maior de minhas glórias, ele sentiu-se bem ao me contar e eu muito feliz em ouvi-lo.
Já o admirava só de olhar, com sua vivacidade e inteligência, era a melhor pessoa a se espelhar naquele lugar e depois de cada letra cantada, de cada momento relembrado, fiquei confesso, fascinada por ele, como por ninguém, assim como a letra pela melodia .
Ele era mais velho do que eu podia imaginar, seu corpo largo e comprido se mostrava a personificação da força, uma força que vinha de dentro, força essa que era apenas sua.
Então, aqui está o texto, para quem ler espero que tenha gostado e quem se enquadra nessas características, saiba que " É DE VOCÊ QUE ESTOU FALANDO".